18 de novembro de 2015

Quebra-mares


Sou estático, parado, frio e desconsiderado
Mas é só o perigo chegar, que sou logo lembrado
com uma onda de problemas, que podem destruir lares
eis que gritam no fundo: ao menos temos o quebra-mares!

Aquele que aguenta tudo, dia após dia
lapidado pelo calor das águas e pela passagem da brisa
sou apenas uma rocha no meio de tantas outras
que serve para tentar evitar que tu morras...

Que tenho eu haver com tua vida?
tu que nuncas se preocupou com meu estado
eu que fico aqui parado, aguentando o baque todo dia
e tu vens apenas no fim de ano sem querer ter voltado.

Ora mas tu me julgas pelo meu formato?
pois sou frio, pontudo, rígido e parado?
Tu que me és estranho por ter me julgado
és mole, espichado. Me sinto feliz por não ser contigo aparentado.

Lamentas quando a água molha teu corpo
como lamenta quando pequenos problemas lhe atingem
mas não te lembras que fui eu quem levou, da maré, o soco
eu que fui culpado pelos males que tu inflige.

Ao menos sou elogiado com o fim da tarde,
aquele por-do-sol, sem pressa nem alarde.
Já não ligo pro que dizes, pensas, sofre ou fazes.
pode afogar-me em tudo, estou acostumado em ser um quebra-males.



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