23 de novembro de 2015

Fim dos tempos: Megatsunami

Um megatsunami é um raro tsunami com mais de 100 metros de altura. Excetuando-se alguns grandes tsunamis no Alasca, incluindo um de 520 metros de altura, acredita-se que o último tsunami que atingiu uma área com população ocorreu há quatro mil anos. Geólogos dizem que tal evento é causado por gigantescos deslocamentos de terra, originados por uma ilha em colapso, por exemplo, em um vasto corpo d'água como um oceano ou um mar.

Megatsunamis podem atingir alturas de centenas de metros, viajar a 890 km/h ao longo do oceano, potencialmente alcançando 20 km ou mais terra adentro em regiões de baixa altitude.

Em oceanos profundos, um megatsunami é quase invisível. Move-se em um deslocamento vertical de aproximadamente um metro, com um comprimento de ondas de centenas de quilômetros. Porém, a enorme quantidade de energia dentro deste movimento de gigantesca massa produz uma onda muito mais alta, à medida que a onda se aproxima de águas rasas.

Terremotos geralmente não produzem tsunamis desta escala, a não ser que eles possam causar um grande deslocamento de terra debaixo d' água, tipicamente tais tsunamis têm uma altura de dez metros ou menos.

Deslocamentos de terras que são grandes comparadas à profundidade atingem a água tão rapidamente que a água que foi deslocada não pode se estabelecer antes que as rochas atinjam o fundo. Isto significa que as rochas deslocam a água em velocidade total em todo seu caminho ao fundo. Se o nível da água é profundo, o volume de água deslocado é grande e as partes baixas estão sob alta pressão. Isto resulta numa onda que contém grande quantidade de energia.

Algumas pessoas assumem que megatsunamis pré-históricos varreram antigas civilizações, como um castigo do(s) deus(es), comum em muitas culturas ao redor do mundo. Porém, isto é improvável, considerando que megatsunamis usualmente acontecem sem qualquer aviso, atigindo apenas áreas costeiras e não necessariamente ocorrendo após uma chuva.


Megatsunamis históricos

Os danos causados pelo megatsunami da Baía de Lituya em 1958 podem ser vistos nesta fotografia aérea oblíqua da Baía de Lituya, no Alasca, com as áreas mais claras na costa onde as árvores foram arrancadas.

A hipótese de megatsunamis foi criada por geólogos buscando por petróleo no Alasca. Eles observaram evidência de ondas altas demais em uma baía próxima. Cinco anos depois, uma série de deslocamentos de terra foi revelada como a causa destas altas ondas no Alasca.

O histórico geológico mostra que megatsunamis são muito raros, mas que devastam qualquer coisa próxima à costa atingida. Alguns podem devastar costas de continentes inteiros. O último evento conhecido desta magnitude aconteceu há 4 mil anos na Ilha de Reunião, leste de Madagascar.

Um megatsunami de menor magnitude aconteceu na Baía de Lituya, no Alasca, em 1958, entre 7.7 e 8.3.Tal baía possui uma profundidade de 220 metros tendo apenas 10 metros de profundidade em sua entrada. A topologia da baía é adequada para a produção de um megatsunami local. Um terremoto de magnitude 7.5 em 8 de julho gerou um deslocamento de terra dentro da baía, que produziu uma onda que varreu árvores 200 metros acima do nível normal do mar. Comparações com fotografias anteriores ao acontecimento indicaram que várias centenas de pés de gelo foram removidos da frente de uma geleira próxima, por uma onda de aproximadamente 520 metros de altura.
Ameaças de Megatsunamis

Ilhas vulcânicas como as de Reunião e as Ilhas do Havaí podem causar megatsunamis porque elas não são mais do que grandes e instáveis blocos de material mal agrupado por sucessivas erupções. Evidência de grandes deslocamentos de terra foram encontradas na forma de grande quantidade de restos subaquáticos, material terrestre que caiu oceano adentro. Em anos recentes, cinco de tais restos foram encontrados somente nas ilhas havaianas.

Alguns geólogos acreditam que o maior candidato para a causa do próximo megatsunami é a ilha de Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Em 1949, uma erupção causou o cume de Cumbre Vieja cair vários metros adentro do Oceano Atlântico. Acredita-se que a causa disto foi causada pela pressão do magma em aquecimento e água vaporizando-se presa dentro da estrutura da ilha, causando um deslocamento da estrutura da ilha. Durante uma erupção, que estima-se acontecerá em algum tempo nos próximos milênios, irá causar un novo deslocamento da ilha, fazendo a metade ocidental, pesando talvez 500 bilhões de toneladas, deslocar-se catastroficamente em direção ao oceano. Isto irá automaticamente gerar um megatsunami com ondas locais com alturas de centenas de metros. Depois que o tsunami cruzar o Atlântico, provavelmente irá gerar uma onda com 10 a 25 metros de altura no Caribe e na costa leste da América do Norte várias horas depois, gerando grandes problemas econômicos e sociais para as populações dos países envolvidos e para a economia global como um todo. Enquanto que potencialmente não tão destruidor como um super-vulcão, um megatsunami seria um desastre sem precedentes em quaisquer regiões em que este evento ocorra.

Além de pequenas vilas no Alasca, muitos lugares enfrentam a ameaça de megatsunamis regionais, mas ainda assim potencialmente perigosos. Por exemplo, em 1963, uma parte enorme do Monte Toc, nas montanhas ao norte de Veneza,Itália, deslocou-se dentro de um reservatório (a represa de Vajont), produzindo ondas de 250 metros de altura, destruindo várias vilas e matando cerca de 2 mil pessoas. Alguns geólogos acreditam que uma grande rocha, instável, ao norte do Lago Harrison no Vale Fraser, no sul da Colúmbia Britânica, poderia deslocar-se dentro do lago, criando uma grande onda que possivelmente destruiria a cidade de Harrison Hot Springs, ao sul do lago.

No Mar da Noruega, o deslocamento de Storegga causou um megatsunami sete mil anos atrás. Intensas investigações mostraram que o a probabilidade de um novo megatsunami é mínima.

Fonte: wikipédia

Bibliografia
Ward, S.N. and Day, S. 2001. Cumbre Vieja Volcano - Potential collapse and tsunami at La Palma, Canary Islands. Geophysical Research Letters, 28, 17 pp. 3397-3400.

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